«Um "cinepoeta" condenado ao exílio pela ditadura militar, é convidado a embarcar num disco voador.»
Assim se resumiu O VAMPIRO DA CINEMATECA, documentário experimental realizado entre 1975 e 1977 por Jairo Ferreira, então crítico de cinema da Folha de São Paulo. Mesclando excertos de obras consagradas — CITIZEN KANE, TAXI DRIVER ou THE PASSENGER —, homenagens ao universo criativo das produções Boca do Lixo e sequências ficcionais em forma de diário filmado num "primitivo" Super 8, o resultado final é uma cáustica e alucinante desconstrução sobre o Cinema como arte, fenómeno de culto e elemento primordial da cultura popular.
Paralelamente, é quase palpável o olhar crítico que Jairo Ferreira exerce sobre o Brasil dos finais dos anos 70. Em retrospectiva, e face ao actual ambiente político do país, o filme poderá não estar a representar uma época assim tão distante.
[Fontes: Jairo Ferreira Produções Cinematográficas / Cinemateca Brasileira / Ricardo P Pinheiro].
[Imagem: Jairo Ferreira Produções Cinematográficas].
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