terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Pintar na Película "sem Talento Para a Pintura": No Aniversário de Stan Brakhage



«Imagine an eye unruled by man-made laws of perspective, an eye unprejudiced by compositional logic, an eye which does not respond to the name of everything but which must know each object encountered in life through an adventure of perception. (...) Imagine a world alive with incomprehensible objects and shimmering with an endless variety of movement and innumerable gradations of color. Imagine a world before the 'beginning was the word.», Stan Brakhage in Metaphors On Vision

Nascido a 14 de Janeiro de 1933, Stan Brakhage foi um dos mais importantes autores de Cinema Experimental do Século XX, numa profusa filmografia que explorou diversos formatos, técnicas — da pintura aplicada directamente sobre o celulóide ao fast cutting e à dupla exposição — e temáticas como nascimento (WINDOW WATER BABY MOVING, 1959) e morte (THE ACT OF SEEING WITH ONE'S OWN EYES, 1971), sexualidade (SEXUAL MEDITATION: ROOM WITH VIEW, 1971) e inocência (SCENES FROM UNDER CHILDHOOD #1, 1967). Para além da realização, Brakhage publicou vários livros sobre Cinema e leccionou História do Cinema e Estética no School of the Art Institute of Chicago e na Universidade do Colorado.

Em 1985, a Public Broadcasting Service (PBS), em parceria com o crítico norte-americano Howie Movshovitz, dedicou um especial informativo à obra e filosofia artística de Stan Brakhage. REFLECTING THOUGHT: STAN BRAKHAGE, que abaixo partilhamos, revela, sem pretensões biográficas, um vislumbre do seu quotidiano "doméstico", a presença do cineasta no Telluride Film Festival de 1983 e as filosofias de vida que moveram tanto o homem como o autor.

Todavia, o mais fascinante deste breve documentário reside em observarmos Stan Brakhage na sua mesa de trabalho, onde as tiras de película eram dispostas, pensadas e, nas palavras do próprio cineasta, "cultivadas", numa busca pela composição de imagens condicionada por uma (admitida) insuficiente habilidade para a pintura, mas pautada pela "lógica consciente" que as formas, o movimento e as cores adquiriam quando impressionadas através da luz do projector.



[Fontes: Centre Productions / KRMA-TV / Public Broadcasting Service / CircuitoNomadica].
[Imagem: Sally Dixon / Walker Art Center].

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