quarta-feira, 19 de junho de 2019

O Arquivo do Dia #276 — O Centenário de Pauline Kael


Being able to talk about movies with someone — to share the giddy high excitement you feel — is enough for a friendship.

Se fosse viva, Pauline Kael comemoraria hoje cem anos. Um dos nomes mais influentes para a afirmação da crítica de cinema enquanto género jornalístico e literário, Pauline Kael foi cronista residente na The New Yorker durante mais de vinte anos, com textos capazes de influenciar o desempenho comercial de um determinado filme, explanando opiniões que, amiúde, estavam em completa oposição às dos seus pares e sem nunca recear a controvérsia. Por exemplo, ficaram célebres as notórias reviews negativas que escreveu acerca de WEST SIDE STORY ou 2001: A SPACE ODYSSEY, revelando-se, contudo, uma vigorosa apoiante de realizadores (à época) pouco populares, tais como Sam Peckinpah, Walter Hill ou Brian De Palma. Apesar de toda essa divergência, Pauline Kael inspirou várias gerações de críticos de cinema — A. O. Scott, Anthony Lane, David Edelstein, Armond White ou Stephanie Zacharek –, assim como o trabalho de cineastas que despontaram em anos mais recentes, numa "falange" onde se contam os nomes de Quentin Tarantino, Wes Anderson e Michael Moore.

As convicções e o talento de Pauline Kael ficaram inteiramente perceptíveis na sua convincente participação, em Fevereiro de mil novecentos e oitenta e dois, no programa Writer's Workshop, gravado e emitido pela PBS. Em debate, estiveram temas como o catolicismo inerente à nova vaga de cineastas americanos (Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Michael Cimino...), a natureza visual dos filmes em contraste com o cariz verbal da Literatura, o seu processo de escrita e, obviamente, a coragem que a própria profissão do crítico de cinema acarreta.



[Fontes: Public Broadcasting Service (PBS) / clivebrook].
[Imagem: 29Pictures].

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