
A 5 de Dezembro de 1917, uma Junta Militar Revolucionária inicia um golpe de estado que, três dias depois, nomeará o major Sidónio Pais como 4º Presidente da I República. Até 14 de Dezembro de 1918, data do seu assassinato, na Estação do Rossio, por um militante republicano, Sidónio Pais implementará a chamada República Nova, um regime de cariz marcadamente patriótico, presidencialista e ditatorial, cujos objectivos e contornos são considerados precursores do Estado Novo de António de Oliveira Salazar. Fernando Pessoa, impressionado pelo estilo deste novo Chefe de Estado, chega a declará-lo, num poema, como o "Presidente-Rei" .
Dos arquivos da Cinemateca Portuguesa, revisitamos hoje as imagens da proclamação de Sidónio Pais, após as eleições de Maio de 1918, como Presidente da República. A sua aclamação pela multidão, quando naquele dia assomou à varanda da Câmara Municipal de Lisboa, terá sido um dos momentos decisivos de uma carreira política que Oliveira Marques celebrizou com as seguintes palavras: "Em relação ao Presidente assassinado verifica-se um pouco o mesmo do que em relação a D. Carlos: muito panegírico, alguma detracção mas pouca história".

[Fontes: Guia de História da Ia República Portuguesa, de A. H. de Oliveira Marques (Editorial Estampa, 1981) / Cinemateca Portuguesa].
[Imagem: Observador].
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